Metalúrgicos de SP abrem campanha salarial doando sangue. Marília esteve presente
Pauta de reivindicações de 750 mil metalúrgicos do Estado de São Paulo é entregue à Fiesp; antes, Força Sindical realizou doação coletiva de sangue; “Nossa categoria dá o sangue pelo Brasil, mas não vamos pagar o pato da crise”, definiu Miguel Torres, presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo e da Força; “Somos uma categoria de ponta, não vamos aceitar nada que não seja signifique aumento real”, registrou Claudio Magrão, presidente da Federação dos Metalúrgicos. A pauta de reivindicações de 750 mil metalúrgicos do Estado de São Paulo foi entregue à Fiesp nesta terça-feira 22. Conhecidos pela criatividade em suas ações sindicais, os metalúrgicos de São Paulo abriram a campanha salarial da categoria com um gesto ao mesmo tempo social e político. Cincoenta dirigentes e integrantes da categoria, sob coordenação da central Força Sindical, doaram sangue no Hospital das Clínicas, em São Paulo. O ato precedeu a entrega da pauta de reivindicações à Fiesp. Em todo Estado, cerca de 750 mil metalúrgicos entram em campanha, cuja data-base é 1º de novembro. Apenas na capital, o sindicato representa 250 mil trabalhadores.
“Planejamos um ato que simboliza nossa doação de todos os dias pelo Brasil”, explicou ao BR: o presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo e da Força Sindical, Miguel Torres. “Nas fábricas, damos o suor no trabalho e, aqui, o sangue para quem precisa. Mas queremos a parte que é do nosso direito nessa campanha salarial”, sublinhou.
A mais grave crise econômica desde a redemocratização do País impõe um desafio e tanto aos metalúrgicos de São Paulo. Os resultados que eles obtiveram na campanha salarial podem se refletir para outras categorias.
“Quando o trabalhador ganha um real acima da inflação, ele usa esse real no comércio e movimenta a indústria. O patrão que não entender que o ganho real dos trabalhadores é vital para o giro da economia estará dando um tiro no próprio pé”, afirmou Torres. “Vamos buscar o que é nosso, e isso é bom para o Brasil”.
Ainda não há um índice de correção salarial definido pelos metalúrgicos. A expectativa é de obtenção de aumento real sobre a inflação. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Marília e Região, que representa em torno de 8 mil trabalhadores em sua base esteve presente neste evento na avenida paulista, com a participação do presidente Irton Siqueira Torres e seus diretores.