Sindicato encerra 2014 com saldo positivo e prevê início de ano de luta contra demissões
O silêncio das indústrias quando da tentativa de negociação e a crise econômica iniciada ainda no final do primeiro semestre com a realização da Copa do Mundo no Brasil e agravada durante o período eleitoral, o que criou um cenário provável de demissões em massa na região, são alguns exemplos que retratam o que foi 2014 para o Sindicato dos Metalúrgicos de Marília e Região. Apesar das dificuldades, o órgão fechou o ano com saldo positivo: conquistou ganhos reais para todos os trabalhadores da categoria e conteve o fechamento de vagas.
De acordo com Irton Siqueira Torres, presidente do órgão que representa 7,6 mil trabalhadores do setor apenas na cidade e municípios próximos, todo o trabalho do ano que passou foi direcionado para garantir a manutenção dos empregos.
“Foram inúmeras as negociações com os empresários para evitar as dispensas e através do banco de horas e férias coletivas atingimos nosso objetivo. Claro que ocorreram demissões, mas o número foi muito abaixo do que o projetado pelas indústrias”, afirma. Exemplo da intervenção dos Sindicato foi na Jacto, que em outubro dispensou 171 trabalhadores, no entanto o número deveria ser pelo menos o dobro.
Torres lembra também das negociações referentes a data-base da categoria, em 1º de novembro. Após dias de espera e sem receber propostas que garantiam benefícios aos trabalhadores do setor, o Sindicato dos Metalúrgicos iniciou encontros em todas as indústrias locais e estipulou prazo para que os patronos buscassem o acordo, caso contra´rio convocaria greve.
“Tivemos anos de sucesso nas negociações, mas o confronto foi maior esse ano. As negociações foram feitas de forma individual, de indústria em indústria, e conquistamos aumento para todos os empregados da categoria”, completa o dirigente. O acordo selado estabeleceu o reajuste de 8% no salário, sendo 6,34% de inflação e 1,66% de ganho real, além de outros benefícios, como PRL (Participação nos Lucros e Resultados) e 19% de abono que deverão ser pagos em até duas vezes.
Sobre 2015, Torres prevê novamente dificuldades, principalmente no 1º semestre. Segundo ele, a ameaça de demissões em massa ainda é real, em especial no setor ligado a área de construção civil, como esquadrias metálicas.
“Historicamente, os três primeiros meses são marcados pela baixa produção industrial. Agravado ao cenário atual, a perspectiva de demissões ainda existe, por isso estamos mantendo contato diário com as empresas e tentar evitar dispensas. Esperamos um 2015 de muito trabalho, mas também de muitas conquistas, assim como foi esse ano”, finaliza o presidente.
Fonte: Jornal da Manhã